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Acordos Comerciais e Desacordos Internacionais

23 de Novembro de 2024

Bom dia, coisinha sexy!
Nesta semana escrevemos sobre os resultados da Nvidia, sobre os novos acordos comerciais da UE e sobre a startup portuguesa que levantou 70 milhões de euros!
Vamos lá!

PSI -0,76%

STOXX600 0,97%

S&P500 1,70%

NASDAQ 1,64%

EUR/USD -1,67%

GOLD 4,67%

OIL 5,97%

BITCOIN 10,58%

NVDA 1,86%

GOOGL -5,05%

MSTR 22,28%

SMCI 65,42%

MERCADOS FINANCEIROS

Praça do Comércio

A notícia mais importante da semana: a Nvidia, a empresa rainha da Inteligência Artificial, superou as expectativas dos analistas na apresentação dos resultados do terceiro trimestre

Um pouco como a popstar da escola, a Nvidia funciona há mais de 1 ano como a líder de tendências dos mercados financeiros - e não é para menos, estamos a falar da corporação mais valiosa do planeta. No entanto, apesar de receitas a rondar os 35 mil milhões de dólares, a verdade é que o crescimento está a desacelerar e se em 2023 as receitas aumentaram 265%, agora as expectativas são de 70% para 2024. 

Será o topo? É difícil dizer… os principais clientes da Nvidia são gigantes tecnológicos na corrida à IA e os novos chips Blackwell da Nvidia têm de ser os próximos campeões de vendas para manter o crescimento da líder de pelotão.

Lá está, durante a febre do ouro o lucro está na venda de pás!

Olho no fogão: o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA está a forçar a Google a separar-se do browser Chrome. Isto resulta da vitória judicial do DOJ contra a Alphabet em agosto, provando a existência de um monopólio em motores de busca. 

A confirmar-se, a separação entre Google e Chrome (avaliado em 20 mil milhões), esta poderá ser a derradeira catalisadora da Grande Guerra dos Motores de Busca agora que a Google enfrenta a competição de tecnologias derivadas da Inteligência Artificial como a Perplexity e a nova funcionalidade de pesquisa da OpenAI.

A vingança do ouro digital: antes do sucesso da Nvidia havia a bitcoin e parece que a bitcoin voltou - com uma valorização de 40% nas últimas duas semanas, a bitcoin continua a bater recordes e agora está perto dos 100 mil dólares. Isto deve-se a Donald Trump querer fazer dos EUA “a capital das criptomoedas”. 

O valor da bitcoin, em euros, ao longo do último mês.

ECONOMIA

Entre a espada e a parede

A Europa terá de arriscar, pela sua independência comercial.

Os acordos comerciais* são temas complexos, que resultam de prolongados períodos de negociação e de considerações macroeconómicas, geoestratégicas, e geopolíticas. Portanto, quando se trata do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosur o assunto não é diferente. Mas não desesperes: a nauta explica-te!

Mercosur (ou Mercado Comum do Sul) é a designação comum de uma organização de livre comércio composta por vários países sul-americanos: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia). O Mercosur não é um grande parceiro comercial europeu - as exportações da UE para estes países totalizam apenas um nono das exportações para os EUA. Então qual a importância deste acordo?

Em uma palavra: alternativa. Com este acordo, a UE pretende reduzir a sua dependência comercial tanto com os EUA como com a China. A eliminação de tarifas na importação de minerais como o lítio, grafite, níquel e outros poderiam ajudar várias indústrias europeias, como por exemplo a indústria automóvel alemã que atravessa várias dificuldades.

Países como a Alemanha, Espanha, e até mesmo Portugal poderiam beneficiar imenso deste novo acordo. No entanto, há um país que não está nada contente com isto - a França. Isto porque, a comércio livre entre Mercosur e a UE iria também eliminar as tarifas na importação de carne e outros produtos agrícolas, ameaçando seriamente a indústria agrícola francesa - os agricultores franceses já mostraram a sua indignação com este acordo ao enveredar pelo desporto nacional francês - o protesto.

As negociações ainda estão a decorrer mas uma coisa é certa: não há bela sem senão, e a Europa terá de escolher entre proteger algumas das suas indústrias e deixar de depender da China e dos EUA.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

COP29: as contas finais

Quem vai pagar no futuro pelos nossos erros do passado?

A 29.ª Conferência do Clima (COP29), realizada no Azerbaijão, chegou ao fim. Os últimos dias foram marcados por tensões elevadas, principalmente no que toca ao acordo do financiamento da luta contra as alterações climáticas.

O financiamento climático para 2025-2035, o Novo Objectivo Colectivo Quantificado, para os países mais vulneráveis às alterações climáticas e também mais pobres, se adaptarem à mudança do clima e aos seus efeitos e reduzirem as emissões de gases com efeito de estufa, que causam o aquecimento global, foi o assunto mais polémico.

Os países em desenvolvimento dizem que precisam de mais de um bilião de dólares para o financiamento da luta contra as alterações climáticas. 

Foi proposto que os países considerados em desenvolvimento, mas que têm uma riqueza e uma quantidade de emissões de gases de estufa que faz deles gigantes económicos, como a China, a Arábia Saudita, a Índia, também contribuíssem para este financiamento.

As críticas começaram rapidamente e este acordo ainda tem um longo caminho de negociações..

Rapidinhas

O novo modelo do IRS Jovem foi aprovado pelo parlamento.

Os partidos apresentaram mais de 2.100 propostas de alteração ao OE2025. Estas serão discutidas e votadas até à votação final global da que irá decorrer no dia 29. 

Pedro Cabeços irá assumir a presidência do IGCP, a agência de gestão da dívida pública, em 2025. Entre os desafios que irá enfrentar, destacam-se o cumprimento da meta de redução da dívida pública até 83% do PIB e a expansão da rede de venda de Certificados de Aforro.

O “ChatGPT português” irá chamar-se Amália e a sua versão final só será lançada em 2026.

Já são 22 as autarquias que atribuem benefícios fiscais a startups que abram atividade no concelho. Coimbra, Braga e Covilhã são três dos 14 novos municípios.

Portugal é um dos líderes internacionais na transição verde, mas ficou aquém nas políticas para descarbonizar os transportes e a agricultura. O nosso país ocupa o 15º lugar no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas.

Esta quarta-feira, o Banco Central Europeu alertou que a falta de crescimento e a imposição de tarifas americanas sobre as importações europeias ameaçam o ressurgimento da crise da dívida da zona euro.

A Jaguar apresentou uma renovação da sua marca, numa tentativa de reavivar as vendas desta empresa britânica e que tem gerado muitas reações negativas por parte dos consumidores. 

NAUTA DA SEMANA
Tekever

De Louça a drones: Zé Povinho agora voa alto.

Se há uma coisa que a Tekever domina, é voar alto. E não falamos só dos drones, mas também da sua visão empresarial, que acabou de levantar 70 milhões de euros, e que já captou mais de 90 milhões de euros, incluindo uma Série B de 25 milhões em 2022.

Mas o que é a Tekever?

A Tekever está a revolucionar operações terrestres e marítimas com drones que já apoiam tropas na Ucrânia. Com fábricas em Ponte de Sor e um centro de engenharia em Caldas da Rainha — onde até a criatividade parece voar mais alto — a empresa conta com 800 colaboradores. Transformando tecnologia portuguesa em exportação de primeira classe, a Tekever prova que não é só com redbull e as suas asas que consegues atingir novos patamares.

Planos para o Futuro?

A Tekever está a “levantar voo” rumo ao mercado internacional, com os EUA no radar. Além disso, a equipa vai crescer em todas as áreas — produção, desenvolvimento e operação — porque, na Tekever, inovação e talento sempre têm lugar a bordo.

E com parceiros como a Baillie Gifford e o NATO Innovation Fund, a empresa já não só sobrevoa desafios, como os deixa para trás. Afinal, no jogo da inovação, a Tekever não aterra: só continua a subir.

RECOMENDAÇÃO

Quando o Porque sim deixa de ser resposta aceitável

Já chegaste àquela fase em que a resposta “porque sim” não convence mais? Este artigo da Harvard Business Review vai salvar a tua pele e tornar a pergunta pesadelo numa oportunidade de ouro –  daquelas à la "minas de ouro do Brasil"!

Na resposta à pergunta “porque devemos contratar-te?” em vez de dares uma resposta genérica ou ter vontade de dizer “porque preciso do dinheiro”, o artigo sugere como podes alinhar as tuas habilidades com o que a empresa realmente precisa. Podes aprender a destacar a tua personalidade e impressionar o entrevistador sem parecer um robot!

ABC DO DINHEIRO
Acordo Comercial

Um acordo comercial é um contrato formal entre países ou organizações inter-governamentais, com o objetivo de regular as condições de troca de bens, serviços ou investimentos. Este tipo de acordo pode envolver aspectos como preços, prazos de entrega, condições de pagamento, direitos e deveres das partes envolvidas, além de estabelecer regras para a resolução de disputas. Pode ser bilateral ou multilateral e visa promover benefícios mútuos, incentivando a cooperação económica, o comércio internacional ou a expansão de mercados. Os acordos comerciais são essenciais para garantir a estabilidade e a previsibilidade nas transações comerciais.

No adeus desta edição, refletimos sobre a Nvidia - atualmente a empresa mais valiosa do planeta - que em tempos foi “apenas” uma fábrica de chips para videojogos. Resumidamente: todos temos capacidade de nos reinventar! Talvez um dia a nauta seja astronauta! 👩‍🚀

Qualquer feedback construtivo é muito bem vindo em [email protected]!

Memes

As cotações apresentam os resultados semanais dos ativos referenciados. As quatro primeiras são índices que combinam os desempenhos de conjuntos de empresas. O PSI é o índice português, o STOXX600 é o índice das 600 maiores empresas europeias, o S&P500 e o NASDAQ são ambos dos EUA. As seguintes quatro são mercadorias e moedas. EUR/USD é o câmbio entre o euro e o dólar americano, gold é ouro, oil é petróleo bruto e bitcoin é a mais popular criptomoeda (em euros).

As quatro últimas são ações de empresas que tiveram desempenhos notáveis durante a semana. Nesta semana temos NVDA para a Nvidia, GOOGL para a Google, MSTR para a MicroStrategy e SPCI para a Supermicro.

A nauta é um boletim informativo semanal sobre a atualidade económica, financeira e empresarial, escrita em língua portuguesa. Não é jornalismo nem consultoria financeira, mas uma oportunidade para aprofundares os teus conhecimentos nestes temas e acompanhares o essencial do mundo dos negócios e mercados financeiros.

Escrita por João Ornelas Raínho, Mário de Pinto Balsemão e Nuno Martins.