A notícia mais importante da semana: o Banco Central Europeu poderá voltar a cortar as taxas de juro!

Christine Lagarde, Presidente do Banco Central Europeu (BCE) e a nossa nomeação para nauta do ano de 2024, voltou a animar investidores ao sugerir que os cortes nas taxas de juro poderão voltar. 

Aqui fica o resumo:

O principal objetivo do BCE é manter a inflação nuns saudáveis 2%. Para isso, a principal ferramenta disponível é o corte, ou o aumento, das taxas de juro. Com a inflação europeia a estabilizar à volta do objetivo, a última decisão do BCE foi manter as taxas de juro inalteradas. No final de outubro o Conselho do BCE voltará a reunir-se e, por agora, Christine Lagarde surpreende ao afirmar a possibilidade de novos cortes nas taxas de juro.

São boas notícias para todos. Mostram que o caos geopolítico e as tarifas de Trump não estão a afetar catastroficamente a União Europeia. Mais importante, sabemos agora que o BCE tem margem de manobra para lidar com possíveis choques económicos. 

Olho no fogão: a bolha da Inteligência Artificial depende da OpenAI?

Não é segredo nenhum que a revolução da Inteligência Artificial (IA) não está a gerar a produtividade que era inicialmente esperada. Com todo o hype à volta desta “revolução” muitos investidores abandonaram o seu senso comum. 

Não é estranho que a NVIDIA e a Oracle sejam líderes de ganhos nos mercados, tendo em conta que o seu atual modelo de negócios é ser a infraestrutura física de todos os modelos de IA do planeta. Estranho é a OpenAI estar no centro de todos os investimentos institucionais feitos nesta área e, como já escrevemos, os analistas estão confusos e preocupados com a circularidade destes “investimentos” de e na OpenAI.

Mas e se a OpenAI colapsar?

Bem, o The Economist sugere que as gigantes tecnológicas dos chips poderão safar-se, tendo em conta que têm outros clientes com menos hype mas semelhante apetite por hardware para treinar modelos de IA. Por exemplo, os três maiores clientes da NVIDIA são a Microsoft, Amazon e a Meta.

Portanto não, a bolha da IA não depende do sucesso da OpenAI. 

Sim, é neste momento a empresa privada mais valiosa do mundo e sim, está avaliada em 500 mil milhões de dólares quando tem receitas anuais de 13 mil milhões e perdas ainda maiores… Não é bom sinal. Mas a economia real não depende da OpenAI.

Era só jajão!? Então e as Tarifas, Trump? 

Na semana passada os mercados escorregaram com as novas tarifas de Trump, desta vez visando a China. Desde então, a relação entre Donald Trump e Xi Jinping está como as relações no Facebook em 2010… é complicado.

No entanto há sinais positivos: 

Até lá os mercados terão de suster a respiração. Pior, só mesmo a Reserva Federal que está em vias de ficar sem acesso a dados para tomar as suas decisões relativas às taxas de juro norte-americanas.

Em breve: IPO da Strava pronto para a arrancada!

A Strava, uma app que funciona como rede social para atletas, está a preparar-se para uma Oferta Pública Inicial (IPO, em inglês) - a entrada nas bolsas. Com 16 anos e atualmente avaliada em 2,2 mil milhões de dólares, a Strava prepara-se para o próximo passo num contexto onde correr (o principal foco da app) está cada vez mais na moda (até para encontros amorosos)…

O Prémio Nobel da Economia de 2025 foi concedido a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt pelos seus contributos para a compreensão do crescimento económico impulsionado pela inovação tecnológica. O trabalho reconhece a inovação como o principal motor da prosperidade e do progresso social, defendendo que a renovação constante das tecnologias é essencial para evitar a estagnação.

Joel Mokyr recebeu metade do prémio por identificar as condições que permitem o crescimento sustentado, nomeadamente o papel do conhecimento científico e da abertura cultural à mudança. 

Aghion e Howitt dividiram a outra metade pelo desenvolvimento da teoria da destruição criativa, que descreve como novas tecnologias substituem as antigas, gerando competição e avanço económico contínuo. O seu modelo matemático demonstra a importância deste ciclo de inovação para o crescimento de longo prazo.

Os laureados alertam, contudo, para as tensões que surgem quando empresas estabelecidas resistem à inovação, podendo travar o progresso. Defendem políticas que conciliem competição e estabilidade social. Aghion sublinhou ainda que a Europa deve aprender com os modelos dos EUA e da China, combinando políticas industriais eficazes com inovação tecnológica. O prémio, financiado pelo Banco Central da Suécia, distribuiu-se em 11 milhões de coroas suecas entre os vencedores.

🩺 Sword Health, líder do consórcio de IA? - O Center For Responsible AI pediu ao IAPMEI para transferir a liderança do consórcio de IA da Unbabel para a Sword Health, devido à recente compra da Unbabel pela norte-americana TransPerfect. Financiado por 51,27 milhões de euros do PRR, o consórcio reúne 12 entidades e já distribuiu mais de 37 milhões em fundos. A decisão sobre a nova liderança deverá ser conhecida ainda este mês. De referir que este consórcio tem em mãos 21 projetos, para concluir até junho de 2026.

💘 8 minutos para encontrar o amor - A Eight é uma nova app portuguesa de encontros que promove videochamadas de oito minutos (entre as 20h e as 22h) entre utilizadores disponíveis em simultâneo. O objetivo é voltar a conhecer pessoas como se estivessem frente-a-frente. Com o apoio de investidores, como os fundadores da Too Good to Go, a Eight já arrecadou 155 mil euros e prepara uma nova ronda de 125 mil para expandir-se para o Reino Unido, os EUA e o Canadá, mantendo o crescimento em Portugal.

🚕 Mini-Cars, a alternativa aos táxis - A startup são-tomense STP24 está a transformar a mobilidade urbana com os seus Mini-Cars — veículos de quatro rodas que unem a eficiência das motas à segurança dos carros. Equipados com câmara, GPS e app móvel, oferecem viagens até 15 km a preços 30% a 35% inferiores aos táxis. Com uma média de 120 viagens diárias, a empresa prepara expansão para Angola e outros mercados lusófonos, reforçando a segurança com botão de pânico e videovigilância. A solução promete mais conforto, acessibilidade e segurança, afirmando-se como uma alternativa tecnológica e eficiente no transporte urbano.

✂️🌡️ Previsão de 19 graus para o próximo ano, 17 em 2028 - Esta quarta-feira, o Parlamento aprovou, na especialidade, a proposta do Governo para reduzir a taxa do IRC para 19% em 2026. No diploma, o Governo propõe reduzir a taxa geral de IRC ao longo dos próximos três anos, prevendo uma descida da taxa dos atuais 20% para 19% no próximo ano, para 18% em 2027 e para 17% a partir de 2028. Também foi aprovada uma redução da taxa que se aplica à primeira fatia dos lucros das pequenas e médias empresas (PME) e Small Mid Cap, para 15% a partir de 2026.

🏡⏳ O pRobLEma da hABitAçÃo nÃo é sÓ cÁ - Um estudo do Banco de Portugal indica que os preços das casas em Portugal estão sobrevalorizados há 6 anos. Entre 2013 e 2023, subiram 83% em termos reais, muito acima dos 28% registados em Espanha. A procura elevada, sem resposta adequada da oferta, agravou a falta de acessibilidade à habitação, gerando maiores encargos familiares e evidenciando uma crise estrutural no setor imobiliário e da construção nacional. Este fenómeno contrasta com o mercado espanhol, onde os preços não evidenciam sobrevalorização e a oferta ajuda a equilibrar a procura

Portugal é o sexto país da Zona Euro e o nono da UE onde as famílias têm mais dificuldade em cumprirem com as suas responsabilidades tributárias.

A Comissão Europeia aprovou o sétimo pagamento do PRR a Portugal, no montante de 1,06 mil milhões de euros.

O FMI prevê que o rácio da dívida pública global ultrapasse os 100% do PIB até 2029, atingindo o nível mais elevado desde 1948. Prevê também que a economia portuguesa cresça 1,9% este ano e 2,1% em 2026, abaixo da estimativa do Governo.

Mário Centeno poderá vir a ser o novo presidente da Autoridade Bancária Europeia, tendo o apoio de Christine Lagarde. 

Uma versão futura do ChatGPT irá permitir “conteúdo erótico para utilizadores adultos verificados, anunciou o CEO Sam Altman.

Os EUA estão a organizar um novo apoio de 20 mil milhões de dólares ao governo da Argentina, através de operadores privados, mas que dependerá da vitória de Milei nas eleições legislativas no final deste mês.

📄 SSS - Sinistros sem stress

A Start Ventures acabou de investir 500 mil libras na ClaimSorted numa ronda seed entre várias capitais de risco  de 13,3 milhões de dólares, uma das maiores de sempre no mundo das insurtechs. Este investimento irá contribuir para tentar acabar com o maior pesadelo de qualquer segurado: reportar um sinistro sem cair num buraco negro burocrático. 

💼 O que é a Start Ventures?

É uma sociedade de capital de risco portuguesa ligada ao grupo financeiro BIG. Investe em startups B2B em fase inicial que estejam a modernizar setores ainda presos ao fax e à assinatura com carimbo,  especialmente finanças e seguros. Em resumo: apostam em quem quer trocar processos de 40 cliques por um botão verde chamado “resolver”.

⚙️  E porque é que investiram na ClaimSorted?

Porque a ClaimSorted está a fazer exatamente isso: arrancar os seguros da idade do papel e levá-los para o século XXI. Fundada por dois veteranos do setor , Pavel Gertsberg e German Mikulski, com experiência em Hiscox, Lemonade e AXA, a startup criou uma plataforma de IA que processa sinistros três vezes mais rápido do que os métodos tradicionais, aumentando a satisfação dos clientes em mais de 10 pontos (NPS). Operam como Third-Party Administrator nos EUA, Reino Unido e UE, o que significa que as seguradoras passam-lhes o trabalho… e deixam de te pedir “só mais um documento em anexo”.

Com este investimento, a ClaimSorted quer acelerar a expansão internacional e lançar novos produtos. Como resume João Freire de Andrade, da Start Ventures, “o futuro dos seguros passa pela automatização inteligente e pela transparência”. Em bom português: menos papelada, menos espera… e menos telefonemas com música de elevador.

Já recebeste um documento com ar profissional, cheio de bullet points, negritos e sublinhados mas que não dizia nada? Isso tem nome: workslop, conteúdo feito à pressa com IA que parece trabalho, mas só dá trabalho aos outros. Segundo a Harvard Business Review, 40% dos trabalhadores já levaram com isto e metade passou a achar o colega menos competente depois. Moral da história: IA para acelerar? Top. IA para fingir que fizeste? Péssima ideia. Recomendamos-te a leitura deste artigo para que possas evitar esta queda na tua atividade num estímulo à tua proatividade.