A notícia mais importante da semana: Reserva Federal às cegas e Tarifas de Trump desafiadas no Supremo!

Na próxima semana, a Reserva Federal dos Estados Unidos da América (Fed, para os amigos), vai tomar a sua próxima decisão em relação às taxas de juro. Em geral, os analistas esperam um corte nas taxas de juro.

No entanto, a Fed está a navegar sem bússola. É que o Departamento das Estatísticas do Trabalho (do inglês Bureau of Labor Statistics) dos EUA ainda não produziu os dados de inflação dos meses de outubro e novembro… por causa do encerramento da Administração dos EUA, algo que já antes tinha acontecido!

O encerramento, que durou 43 dias, já está resolvido. Porém, os dados da inflação estão fora do alcance dos decisores da Fed, cujo principal objetivo é alcançar os 2% de inflação.

Entretanto, os mercados de previsão apontam para Kevin Hassett como a próxima escolha de Donald Trump para Presidente da Fed… e isso assusta os investidores. É que o atual Presidente, Jerome Powell, é o último adulto com poder nos EUA. Se Kevin Hassett tomar o seu lugar, deixará de haver bom senso na gestão das taxas de juro.

A boa notícia, no meio deste circo, é que a Costco (ao contrário da restante Corporate America) vai contra a vontade do Presidente dos EUA, processando a Administração por perdas resultantes das Tarifas de Trump.

Bolha da Inteligência Artificial: as 7 Magníficas continuam magníficas!

As Sete Magníficas (Apple, Microsoft, NVIDIA, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla) são as gigantes tecnológicas que dominam os mercados financeiros, as estrelas do índice S&P500. No início deste ano, andaram aos trambolhões por causa das Tarifas de Trump (entre outras peripécias), mas conseguiram recuperar graças ao hype da IA.

Não é surpreendente que a Alphabet (dona da Google) e a NVIDIA representem 33% dos ganhos do S&P500 em 2025, pois são as principais líderes em tecnologia de IA. O grupo das 7, acumulou um lucro económico de 247 mil milhões de dólares entre 2020 e 2024, cerca de um quarto do lucro económico global!

E, se por um lado há quem duvide do hype da NVIDIA e da Tesla, a verdade é que as gigantes tecnológicas continuam a exercer o seu domínio. Nesta sexta-feira, a Netflix negociou a aquisição da divisão de streaming, filmes e TV da Warner Bros Discovery (dona da HBO) por 82 mil milhões de dólares. 

Agora, só os reguladores anti-monopólios podem impedir que a Netflix vença a Guerra dos Tronos de Streaming.

Em breve: várias startups americanas estão em vias de entrar para os mercados financeiros…

Eis uma lista de possíveis Ofertas Públicas Iniciais:

Quem não tem tanta pressa para entrar nos mercados é a SpaceX de Elon Musk, que prepara uma venda de ações avaliando a empresa na ordem dos 800 mil milhões. Mas talvez no final de 2026 a startup mais valiosa do planeta (e fora dele) se junte aos mercados!

A Google esquivou-se de ter de vender o seu browser, o Chrome, após a justiça americana decretar que o crescimento de plataformas de Inteligência Artificial ser, em si, uma enorme ameaça para o monopólio da Google. 

Aceitando-se ou não este argumento, prende-se a questão: será a IA capaz de destronar o reinado da Google no mercado da pesquisa? 

Tim Wu e Cory Doctorow, dois autores americanos respondem que não, pois os monopólios tendem a apertar os mercados para favorecer a sua dominância, muitas vezes à custa da qualidade do produto em si - a tal enshittification de que já falámos numa edição anterior. 

Para mais, o ecossistema de IA não propriamente competitivo, as grandes empresas de IA como a OpenAI, a Anthropic e a Perplexity, são, em parte, detidas por, e dependentes de gigantes como a Microsoft, a Google, a Amazon e Nvidia. Gigantes essas, cujas margens estão cada vez mais curtas, o que provavelmente significa “apertar” o consumidor ao máximo para gerar o maior rendimento possível.  

A própria Google já está a encurtar a distância para Nvidia, através de uma estratégia de integração vertical (falámos disso na semana passada). O futuro da IA pode depender mais de quem a controla, do que da tecnologia em si; e os monopólios só caem com muita dificuldade.

A Comissão Europeia propôs disponibilizar 90 mil milhões de euros à Ucrânia nos próximos dois anos para cobrir grande parte das necessidades de financiamento do país. Como? Bem, um dos planos é deveras controverso: usar fundos russos congelados desde o início da invasão para garantir um “empréstimo por reparações”. 

A ideia não é confiscar os bens, mas sim utilizar os montantes russos congelados como garantia do empréstimo, estando a Ucrânia obrigada a reembolsá-lo apenas “se, e quando a Rússia pagar reparações de guerra”, situação que, na conjuntura atual parece, no mínimo, improvável.

Estes fundos russos estão maioritariamente na Bélgica, que se opõe a este plano, por receio de represálias jurídicas, económicas ou militares. Esta é uma preocupação válida, pois apropriar-se de milhares de milhões de euros do país com o maior arsenal nuclear do mundo pode correr bastante mal. Além disso, o Banco Central Europeu também mostra reservas quanto à legalidade do uso deste fundos.

Apesar das garantias dos restantes membros europeus, a Bélgica não vai muito na conversa. Quem não vê problemas neste plano é o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

🧑‍🏫Luca, a edtech com DNA português - Luca, startup espanhola fundada pelo português Frederico Bello, garantiu um financiamento de 6,8 milhões de euros em ronda Série A, visando apostar no mercado da América Latina. A Luca é uma plataforma de aprendizagem que oferece vídeos educacionais, conteúdo interativo e planos de estudo personalizados alimentados por IA, posicionando-se como um “Tutor de IA”.

🛏️Cleanup, a IA que lava roupa - A empresa portuguesa Cleanup vai investir 3,5 milhões de euros para abrir uma nova “fábrica” de limpeza de toalhas e lençóis de hóteis no Algarve já em 2026, reforçando a operação junto dos hotéis de luxo. A empresa, que já trabalha com 55 hotéis e duplicou o negócio para perto de dois milhões de euros, aposta em IA e maquinaria de topo para agilizar e processar até 20 toneladas de roupa por dia.

A isenção da comissão por amortização antecipada do crédito à habitação termina no fim deste mês.

O IRS dos senhorios com rendas até 2.300 euros vai descer para 10% em todos os contratos, novos ou atuais, até 2029.

A EDP recomprou 498,8 milhões de euros de dívida com maturidade em 2083, e tem planos para comprar ainda mais através da emissão de títulos.

O Banco Português de Fomento mobilizou 40 milhões de euros para o financiamento do novo Hospital de Lisboa Oriental e para o Campus de Data Centres da AtlasEdge, em Carnaxide. 

A Indico Capital Partners lançou um novo fundo de 125 milhões de euros, o Indico VC Fund III. Pretende investir em deeptech, IA e Espaço, em Portugal, Espanha e Itália.

A Universidade do Minho tem dois novos spin-offs*: a PhotoUP, vencedora do BluAct 2025, que usa microalgas para converter gases com efeito de estufa em biometano e biomassa; e a NeuroMech Systems, que desenvolve soluções tecnológicas aplicadas ao setor da saúde

O grupo Prada concluiu a aquisição da Versace por cerca de 1.184 milhões de euros.

A Spotlite acaba de captar 3,5 milhões de euros para escalar a sua plataforma de monitorização de risco em infraestruturas por satélite e acelerar a expansão internacional. Já opera na Europa, EUA e América do Sul, mas agora prepara-se para um salto ainda maior: entrar em força na América do Norte e reforçar a equipa com +15 novas contratações nos próximos meses.

O que faz a Spotlite?

Fundada por Ricardo Cabral e Martino Correia, a startup construiu uma plataforma que combina imagens de satélite + IA para monitorizar infraestruturas críticas, como redes de energia e transportes. A tecnologia consegue detetar movimentos de solo, deformações estruturais ou riscos de vegetação antes que provoquem danos reais.  Pensa nisto como um “Find My iPhone”, mas para pontes, barragens e linhas elétricas e sem aquele momento de pânico quando o mapa diz que está “offline”. Com esta tecnologia, as empresas evitam inspeções físicas cansativas, reduzem custos e conseguem prevenir falhas antes de acontecerem. Em vez de esperar pelo pior, recebem um alerta tipo: “Hey, talvez arranjar isto antes de partir ao meio?”

🚀 Para onde está a ir

A ronda seed foi co-liderada pela Indico Capital Partners e pela Explorer Investments, com a EDP Ventures também a bordo, uma lineup de investidores digno de headline num festival de deeptech. Com o mercado global de Earth Observation a caminho dos 20,1 mil milhões de euros até 2033, a Spotlite está bem posicionada para marcar presença. Se tudo correr bem, não vai só observar a Terra, como vai torná-la mais segura, um pixel de satélite de cada vez.

Se tens carro, prepara-te: em 2026 o IUC passa a ser pago num único mês:  fevereiro. Acaba o “mês da matrícula” e, se o imposto for acima de 100 €, podes dividi-lo entre fevereiro e outubro. Não há aumentos extraordinários, mas atrasos continuam a dar coimas. Se queres evitar surpresas, entende já o novo calendário e como emitir o DUC no Portal das Finanças através deste artigo.